quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ASSALTO EM BANCO - Pedro Felipe

Assalto em Banco

            Eram 4 e meia da tarde. Uma fila enorme. Cada ''máquina'', no mínimo seis pessoas na fila. Sete ''máquinas'' no banco. É passa-cartão, tira extrato, tira dinheiro, reclama, espera, tecla, põe um fone de ouvido, assovia, lê um panfletinho, etc. Quando termina tudo, ouve-se um gemido expressando uma palavra ''santa''! Aleluia! Aí o tal chega no banco, com um ar de pressa.
            - Isso é um assalto! Todos vocês, agora, para o chão! Todos gritaram. E foram descendo até o chão.
            - Mãozinhas na cabeça que vai começar o rebolation se não eu atiro, que é para ninguém atirar em mim – foi o que o malandro disse. Mas eu sou destemido, fiquei em pé e com os braços cruzados. Um sussurro:
            - Abaixa aí, seu doido! - foi o que um rapaz na fila disse, quando estava no chão.
            - Cara, tu num vai descer não? - Disse o analfabeto moral botando migué.
-        Por que, o que eu vou ganhar fazendo isso?
-         Quer perder a vida, mermão?                                                                              
-         Não, não sou homicida, sou um humano que está se recusando a ficar no chão após o pedido de um malandro – toma, mané! - Foi o que eu disse, fazendo movimentos na boca como se estivesse mascando grama.         
-          Eu vou ter que apelar...                                                                   
-         Apelar para quê? Com essa arminha de nada você vai apelar? Só não  dou gargalhadas para não te fazer passar vergonha – destemido! - disse eu, encarando o bandido que começou a ficar intimidado.
-        Ah, coitado, vou começar já, já. A arma está cheia.
-        Eu conheço essa arma. X2 466. Obrigado de me informar que ela está carregada, sendo assim, temos míseras 10 balas. Somos em 48. Um tiro por cabeça. 38 reféns que em futuro não tão distante se tornarão testemunhas da sua prisão. Mais ou menos uns 40 anos de xadrez. Siga em frente.
-        Não interessa, e desde quando vocês vão abrir a boca? Meu esquadrão fica na rua do mercado azul, somos em vinte. Pegamos uma bombinha e matamos vocês de uma só vez. Aliás, não vou enrolar, passa a grana, antes que eu te mate. Quero vazar daqui.
-        Não vai dar. Estou sem dinheiro, foi por isso que vim aqui, somente sacar uns duzentinhos.
-        Então saca agora.
-        Não vai dar.
-        COMO?
-        É porque eu não gosto de sacar dinheiro perto de autoridade.
-        Falando de mim?
-        Não, do policial que está atrás de você – toma, bobão! - querendo te prender.
E não é que prendeu? Meu truque pessoal para pessoas que tem coragem. Enrolar o bandido para que alguém veja pela parede de vidro transparente que está rolando um assalto, é tempo sendo gastado para que o orelhão que fica pertinho daqui ser acionado por uma pessoa ao 190. Os guardas? Que nada, eram bandidos disfarçados, também foram presos. Em pensar o sufoco que eu passei!  Nunca faça o que eu fiz. Foi questão de sorte.

Escola Prof. Paulo Freire – 26 de Julho de 2011 – Presidente Médici - Rondônia
Sala de Recursos
Pedro Felipe Soares Silva.

Quer ler mais?
Acesse minha padaria de textos
 www.pedrokasbakery.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário